Este domingo, o sol
brilhava e as temperaturas continuavam amenas para a época.

Uma águia voava no céu.
Ao longe, ouvi o grasnar dos patos bravos e os achigãs a saltitarem do espelho da água da barragem, enquanto que por todo o lado as lagartas cavalgavam suavemente pelas plantas desafiando a lei da gravidade.
De repente, uma lebre saiu disparatada da sua toca e fugiu pelo campo fora assustando um bando de perdizes que levantaram voo.
Nesta aparente tranquilidade da planície alentejana descobri que a natureza na Primavera está mais viva do que nunca.
Por isso mesmo, ao preservar a Natureza estamos a preservar-nos a nós próprios, pois não é a Natureza que precisa de nós mas sim nós que precisamos dela.
Ingredientes:
De véspera, corte o coelho em pedaços, e coloque numa
travessa, com vinho branco, vinagre, dentes de alho
cortados, 2 folhas de louro, sal e pimenta. Misture bem. Deixe marinar de um
dia para o outro ou algumas horas, mexendo uma ou duas vezes.
Aproveitei para ir dar um passeio. O acaso
levou-me até uma barragem. No ar, já cheirava a Primavera. Claro que sim. A primavera
tem cheiro, a hortelã da ribeira, às mimosas e às estevas a serpentear pelas
estradas e caminhos, ao poejo a brotar junto às margens das barragens, ao
rosmaninho e alecrim.
Comecei a caminhar junto
à água. Depois de uns momentos, parei, e sentei-me encostada a um sobreiro. Pus-me
a olhar e a ouvir tudo melhor à minha volta. Apesar da seca que tem assolado o campo, as flores baloiçavam cadenciadamente ao vento.

Uma águia voava no céu.
Ao longe, ouvi o grasnar dos patos bravos e os achigãs a saltitarem do espelho da água da barragem, enquanto que por todo o lado as lagartas cavalgavam suavemente pelas plantas desafiando a lei da gravidade.
De repente, uma lebre saiu disparatada da sua toca e fugiu pelo campo fora assustando um bando de perdizes que levantaram voo.

Nesse momento, comecei a prestar mais atenção e a contemplar a beleza de tudo o que me rodeava. É nestes pequenos momentos, quando deixamos de ver para começar a olhar, que nos sentimos mais próximos da Natureza. Olhar para o interior dos seres através dos nossos olhos, mas também da nossa cabeça e do nosso coração, afasta-nos do rebuliço da nossa vida agitada, tomamos conhecimento de que algo existe, e conseguimos sentir-nos pertencer a este mundo reencontrando-nos a nos próprios.
Por isso mesmo, ao preservar a Natureza estamos a preservar-nos a nós próprios, pois não é a Natureza que precisa de nós mas sim nós que precisamos dela.
Por isso, sempre que vier
ao Alentejo, não se esqueça: pare, escute e olhe com atenção. A Natureza é simplesmente
maravilhosa e tem poderosos poderes curativos.
Não acredita? Quer uma
prova? Então, venha daí descontrair um pouco.Convido-o a assistir a um belo espectáculo musical: Concerto
de rãs, acompanhado pelo chilrar dos pássaros e o grasnar das galinhas de água doce, num fim de tarde à beira de uma
barragem no Alentejo.
Durante estes pequenos
minutos, não se sentiu melhor? Ora, cá está.
E já que falei em coelho, continue a deliciar-se com esta saborosa receita que vem mesmo a calhar:
COELHO COM NABOS
1 coelho (se for bravo ainda é mais saboroso)
4 nabos cortados às rodelas
3 cebolas médias cortadas às rodelas
Vinho branco
Azeite
dentes de alho
3 folhas de louro
Salsa
2 piripiris
Pimenta preta
Sal q.b

Num tacho pôr azeite, 4 dentes de alho, 1 folha de louro,
e cobrir o fundo do tacho com uma camada de cebolas cortadas às rodelas. Por
cima colocar uma camada de nabos cortados também às rodelas, seguida de uma
camada de carne de coelho. E repetir as camadas, cebolas, nabos, coelho,
acabando sempre com o nabo. Por cima de tudo, pôr a salsa, sal, deitar o vinho
branco. Deixar cozer em lume brando. Quando o nabo estiver cozido, o coelho
também estará (+/- 40 a
45 minutos). Se quiser pode acrescentar um pouco de alecrim à
cozedura, mas se quiser que os alimentos conservem o seu verdadeiro sabor,
então não acrescente nada. De qualquer forma, fica saboroso.
Et voilà!
Et voilà!
Bom apetite! E viva a Primavera no Alentejo!
Alentejo o meu encanto
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